Tio Eduardo, 1º fotografo, 1º músico, 1º coletor de Acopiara


Por JB Serra e Gurgel (*)
Eduardo Gurgel Valente nasceu em Senador Pompeu , em 02.12. 1905, filho de Henrique Gurgel do Amaral Valente e Joana Gurgel Valente.~~
Não estudou e foi autoditada.
Convivia com seus irmãos Francisco, Almerinda , Henrique, Minervina, Mariinha, Francisca, Lídia que acompanhavam o seu pai no trabalho a que se dedicara desde que saíra de Aracati para Fortaleza que foi o de fornecedor de gêneros de primeira necessidade para os trabalhadores que trabalharam na construção da Estrada de Ferro de Baturité iniciada em e cuja estação de Acopiara foi inaugura e 1910.
Seu pai, Vovô do Rio, assim chamado, chegou a Lages, distrito de Telha, em 1908 elevada a cidade com o mesmo nome em 1921, a Afonso Pena em 1933 e a Acopiara em 1943. Eduardo estava com tres anos e entregue aos cuidados de suas irmãos Francisco, 15; Almerinda, 14, Minervina, 13, Henrique, 11, Lídia 10, Dionísia, 8, Antônia, 6, Maria do Carmo, 4; Francisca, 1
As perspectivas eram limitadas pelas condições físicas, no Serão Central, terreno árido e pedregoso, e econômicas de Lages. Além do que seu pai que adquirira terras da família Lages tentava implantar casa e moradia para a família. Inicialmente se instalou numa casa de esquina onde hoje é o Centro Social, na praça da capela de N. Senhora do Perpétuo Socorro. Tinha uma vacaria e produzia Leite para consumo da família.
Aos 20 casou-se com sua prima de quatro grau, Hermengarda Aguiar Gurgel, nascida em Baturité, em 29.09.1907, filha de Pedro Gurgel do Amaral e Firmina Aguiar Gurgel.
Inicialmente trabalhou no pequeno comércio do seu pai e depois no pequeno comércio de seus irmãos Henrique e Francisco, ganhando o sustento da família e preparando-se para a vida.
Seu pai construiu uma casa para que pudesse morar, no baixio, onde cultivava frutas (caju, goiaba, banana, condessa, pinha, araticum, melancia,goiaba e amendoim, alem de , legumes. No inverno, plantava milho e feijão.
Na década de 30, seu pai já tinha projeção política, fora vereador em Telha.
Com a elevação da vila de Lages a cidade, com o nome de Acopiara, seu pai chegou a ser delegado de polícia, Com seu prestigio, indicou Eduardo para ser coletor estadual, foi nomeado pelo Govenrador Menezes Pimentel , cargo que exerceu até se aposentar.
Eduardo além de trabalhar no comércio dedicou-se à música, como seu irmão Henrique, e por conta própria aprendeu a tocar saxofone e clarinete. Incorporou-se à banda de música local, comandada por seu irmão, mas com a morte prematura deste passou a dirigir e a melhorar a banda, formando novos músicos e ensaiando novas musicas, especialmente os dobrados marciais e das grandes orquestras americanas,
O padre João Antonio de Araujo que foi o 2º vigário de Acoplara e que inauguro a Igreja Matriz, no mesmo lugar da capela,
Nas décadas de 40 e 50, a banda ,teve seus momentos de glória, especialmente nas festividades religiosas de quando faziam alvoradas, de manhã, acordando a cidade, ao meio iria e à noite no adro da igreja matriz e nas quermesses.
Dela faziam parte: Dezinho, sapateiro, Enoque Neves, Raimundo Gomes e seu fez Cancão, Neo Miranda, saxofonista que chegou a montar uma Orquestra de Baile, Chico Tó, José Alencar, Chico Domingos, Elias Neves, Raimundo Souza. Por diversas vezes a Banda esteve em Fortaleza participando de retretas e concursos de bandas, por causa de sua harmonia e do seu repertório. Na gestão do prefeito Antônio Gaspar do Vale , seu genro, a Câmara de Vereadores colocou o nome de Banda de Musica Eduardo Gurgel Valente,
Eduardo desenvolveu também suas aptidões e desenhar e pintar, Fazia letras com tinta purpurina em fitas para colocar em coroas que homenageava os falecidos.
Também gostava de contar piadas, especialmente as de Quintino Cunha que conhecera em Acopiara, onde fora juiz provisionado, e que teve uma trajetória que o projetou para a História do Ceará por suas sentenças , respostas, julgamentos, casos. Algumas deles lhe foram dadas a autoria pela cultura popular.
Com Hermengarda, o casal teve 13 filhos, sendo dois morreram ainda pequeno: seis mulheres: Joannette, Alzemira, Maria, , Suzana, Firmina e Graziela ; cinco homens: Pedro , João, Tadeu, Francisco e Gessildo.
Com os filhos criados, Eduardo e Hermengarda trocaram Acopiara por uma casa na rua Torres Portugal,154, no Parque Araxá, em Fortaleza, para educar seus .
Pedro foi professor catedrático do Liceu, onde lecionou Latim, Espanhol e Pprtuguês, João foi alto funcionário da Siqueira Gurgel e também bancário, Janete foi morar em Nova Iguaçu, no Rio de Janeiro, Francisco montou uma casa de material de obstrução, na Jovita Feitosa, Gessildo, YTécnico em Administração e servidor estadual, Suzana , comerciante, casou-se Antonio Gaspar do Vale, que foi prefeito de Acopiara e criou até o Hospital que leva o nome de Suzana Gurgel do Vale, Firmina professora e diretora de escola Graziela, formada em Letras e Pedagagia e Tadeu.
Para a filha Graziela o que marca seu pai era a dedicação a leitura, Mesmo em Acopiara, recebia a revista Seleções, de cultura geral, e comprava os jornais de Fortaleza que chegavam pelo trem, “Era um homem de boa palestra, ligado as coisas do mundo e da Igreja Católica,não só em Acopiara como em Fortaleza,Foi presidente do Circulo Operário de Acopiara e membro da Ordem Terceira Franciscana,instituições que atendia aos pobres e desvalidos da cidade, sendo uma liderança respeitada pela comunidade, por seu espírito conciliador, afável, cordato, prestativo”
JB Serra e Gurgel (Acopiara) jornalista, professor e escritor. É Diretor da Casa do Ceará em Brasilia, Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo.

 

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